Nos últimos anos, os furtos de fios e cabos elétricos se tornaram uma praga que atinge todo o Brasil — e Tambaú não é exceção. O crime é, muitas vezes, tratado como menor, mas seus impactos são enormes: escolas sem aula, hospitais prejudicados, residências e comércios no escuro, além da sensação de abandono e insegurança que isso provoca na população.
Esses crimes não são simples delitos patrimoniais: comprometem serviços essenciais à coletividade e colocam vidas em risco. Em alguns casos, fios de alta tensão são furtados, gerando risco de morte para quem manipula o sistema e acidentes para terceiros.
Diante desse cenário, o Governo Federal sancionou a Lei nº 15.181/2025, publicada no Diário Oficial da União em 28 de julho. Essa nova legislação representa um avanço importante no enfrentamento ao furto, roubo e receptação de materiais utilizados em serviços públicos essenciais, como energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.
A lei endurece penas e estabelece novos agravantes:
• O crime de furto de fiação, que antes previa de 1 a 4 anos de reclusão, agora passa para 2 a 8 anos, podendo ainda ser agravado caso afete serviços de utilidade pública.
• O crime de roubo, que tem pena-base de 4 a 10 anos, poderá ser aumentado em até metade, chegando a 15 anos.
• A receptação, ou seja, quem compra ou revende esse material de origem criminosa, agora sofre pena dobrada.
Além disso, a nova norma trata como atividade clandestina toda prestação de serviço com uso de material obtido por meios criminosos. Isso atinge diretamente empresas e prestadores contratados pelo poder público, que poderão ser multados, suspensos ou declarados inidôneos.
Essa mudança legal representa uma evolução no que chamamos de justiça proporcional: a resposta do Estado precisa ser condizente com o prejuízo causado. E neste caso, os danos ultrapassam em muito o valor do cobre ou do alumínio retirado dos cabos. Trata-se de um crime que prejudica milhares de pessoas em segundos, interrompendo o que sustenta uma cidade em funcionamento.
Aqui em Tambaú, a Polícia Civil já vem atuando com firmeza nesse tipo de crime por meio da operação permanente “Metal Pesado”, voltada para a repressão ao furto de fiação e à receptação por ferros-velhos e compradores clandestinos.
A investigação desses crimes exige estratégia e paciência. É comum que os autores sejam pessoas em situação de vulnerabilidade, cooptadas por comerciantes que lucram com a revenda ilegal. A repressão eficaz exige atacar não apenas quem furta, mas quem financia e fomenta a prática — e por isso a nova legislação é bem-vinda: ela reconhece a gravidade da cadeia criminosa da receptação.
Muitas vezes, a Polícia recupera cabos cortados, mas o dano à população já foi causado. É preciso prevenir, investigar e punir com rigor, especialmente agora que a lei permite penas mais severas.
A atuação policial tem sido firme, mas a participação da população é fundamental. Sabemos que muitos furtos acontecem de madrugada ou em regiões afastadas. Por isso, denunciar movimentações suspeitas, pessoas mexendo em postes, caixas de energia ou carregando fiação de forma irregular pode ajudar a Polícia a agir rapidamente ou iniciar uma investigação.
📞 As denúncias podem ser feitas diretamente à Delegacia de Polícia de Tambaú pelo telefone (19) 3673-1388 (também disponível via WhatsApp), ou de forma anônima pelo Disque Denúncia 181 ou pela Internet. O sigilo é garantido.
Seguimos atentos. E contamos com a população ao nosso lado.