Objetivo é levar experiência é debater práticas de cuidado e reintegração social no manejo de pessoas em processo de desinstitucionalização
A Prefeitura de Mauá se prepara para participar do 2º Encontro Regional de Capacitação sobre o Manejo de Pessoas em Processo de Desinstitucionalização, marcado para quarta-feira, 19 de novembro, no Teatro Cacilda Becker, em São Bernardo do Campo. O evento, que integra a capacitação de profissionais da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) e da Atenção Primária à Saúde do Grande ABC, objetiva aprimorar o cuidado à saúde mental de egressos do sistema prisional e de indivíduos em processo de reintegração social.
Ao longo do mês de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde realizou série de capacitações com profissionais da RAPS, com destaque para três encontros realizados na FAMA (Faculdade de Mauá) e duas atividades regionais, uma em São Caetano do Sul e outra em São Bernardo do Campo. Durante esses eventos, os participantes discutiram as melhores práticas de cuidado para pessoas em processo de desinstitucionalização, com foco na reintegração social e na promoção de direitos das pessoas com transtornos mentais, especialmente aquelas que passaram por internações prolongadas em hospitais psiquiátricos e unidades de custódia. Mauá levará as experiências debatidas nestes encontros ao evento regional.
“É fundamental reafirmarmos nossa posição ao lado das políticas públicas que respeitam a dignidade das pessoas com sofrimento mental, livres de práticas violadoras de direitos, e que promovem inclusão, autonomia e cidadania”, afirmou Eliene de Paula Pinto, secretária de Saúde de Mauá.
A desinstitucionalização, tema central da capacitação, é um processo que busca substituir o modelo hospitalocêntrico tradicional por uma rede de cuidados mais integrada à comunidade. A meta é garantir que as pessoas que antes viviam em hospitais psiquiátricos ou unidades de custódia possam reconstruir seus laços sociais e ter acesso a direitos fundamentais como moradia, trabalho, educação e cultura, promovendo sua plena integração à sociedade.
A Política Nacional de Saúde Mental, que integra a RAPS, visa construir rede de cuidados que oferece serviços de prevenção, atenção integral e acompanhamento contínuo. Em Mauá, a saúde mental é tratada de forma integrada e estruturada. O serviço inclui 23 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), 72 equipes de Saúde da Família, quatro UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), três CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) – Álcool e Outras Drogas, Adulto e Infantojuvenil –, além de duas residências terapêuticas, uma equipe de Consultório na Rua, o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, que oferece 20 leitos psiquiátricos.
Estes dispositivos de saúde articulam ações de acolhimento, cuidado continuado e reabilitação psicossocial, assegurando a implementação do cuidado em liberdade e a reintegração social dos usuários. “A atualização constante dos profissionais de saúde é um passo fundamental para garantir que nossa cidade continue avançando na implementação de políticas públicas eficazes, que não apenas tratam, mas também buscam promover a dignidade e a cidadania das pessoas em sofrimento mental, em um processo de reintegração social inclusiva e solidária”, ressaltou Margareth Lodos Tangerino, secretária adjunta de Saúde de Mauá.












