De acordo com estudos, a maioria das violências ocorrem em casa, promovidas por pessoas da própria família
Duas turmas de 9º ano do Ensino Fundamental e uma do 1º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Dona Marcelina Maria da Silva Oliveira, no Jardim Zaíra, somaram cerca de 80 alunos, com idade entre 14 e 17 anos, para participarem da palestra de conscientização contra o abuso e exploração sexual contra criança e adolescentes, na Campanha Maio Laranja. Além deste tema, estudantes também participaram de sensibilização sobre a violência contra a mulher e violência doméstica. As palestras foram desenvolvidas pelas equipes das secretarias de Assistência Social e de Políticas Públicas para Mulheres, da Prefeitura de Mauá.
“Quando um aluno ou aluna muda o comportamento, nós já acendemos o alerta! Nada pode ser negligenciado. A escola não pode ser simplesmente conteudista, precisa ter escuta qualificada. Estes alunos serão multiplicadores, para fora da escola e em casa”, explicou a diretora Ana Célia Araújo da Silva.
A assistente social Jaqueline Brandão e a psicóloga Priscila Kiraly, que integram a equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), da Vila Bocaina, explicaram que a data de 18 de maio foi escolhida após o desaparecimento e morte violenta da menina de oito anos, Araceli, em 2000, marcando desde então o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. “É preciso se proteger de situações de risco, conversar abertamente com os pais, criar uma rede de apoio com adultos”, afirmou Jaqueline. Priscila destacou aos estudantes a necessidade de estarem atentos, porque “situações graves como as causadas pelo abuso e exploração podem comprometer o futuro de uma pessoa, seus relacionamentos, carreira e a vida de forma geral.” O assédio que acontece por meio da rede mundial de computadores também foi explicada, por ser bastante comum atualmente e muitas vezes não ser reconhecido como abuso.
“A abordagem foi direta sem ser agressiva. Foi muito bom”, elogiou o professor Anderson Marques. Para o estudante Elias Amorim, a palestra foi importante, “Eu conheço gente nessa situação e agora sei que posso indicar para que procure um adulto responsável que possa confiar e que possa ajudar”, afirmou. Gabriel Barbosa de Oliveira acredita que “A palestra foi muito boa! É um assunto que mexe com as pessoas e muitas escondem o que estão sentindo.”
“Às vezes vemos pessoas com 40 ou 50 anos finalmente conseguindo falar sobre abusos na infância e isso é libertador”, afirmou Priscila. Mas nada é mais importante que a prevenção e as palestras que as equipes estão realizando são fundamentais para isso.
Denuncie pelo Disque 100 ou Disque 190.