Luciana Brites, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento
O Dia Mundial da Alfabetização foi criado pela Unesco, em 8 de setembro de 1967, para destacar sua importância social. A data reforça que alfabetizar é garantir um direito humano básico e construir um dos pilares mais valiosos para o desenvolvimento sustentável. A educação transforma vidas, fortalece comunidades e prepara a sociedade para os desafios do futuro.
A alfabetização representa uma das etapas mais significativas na infância. É nesse período que se desenvolvem habilidades essenciais como leitura, escrita e comunicação. Ainda assim, muitas famílias e educadores se questionam: quando uma criança pode ser considerada, de fato, alfabetizada?
Além de impulsionar o desenvolvimento cognitivo, a alfabetização aprimora funções como memória, atenção e pensamento crítico. Isso faz com que os pequenos tenham maior capacidade de resolver problemas e aprender novos conhecimentos em diferentes áreas.
Essas habilidades impactam diretamente o desempenho escolar. Ler e escrever bem permite compreender conteúdos de disciplinas como matemática, ciências, estudos sociais e artes. Mais do que isso, promove autonomia, autoconfiança e abre portas para oportunidades futuras, tanto na educação quanto na vida profissional.
Em geral, o processo de alfabetização se intensifica por volta dos 6 ou 7 anos. No entanto, mais importante do que a idade cronológica é observar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de cada criança. Cada uma tem o seu ritmo. Algumas se mostram prontas mais cedo, outras precisam de mais tempo — e tudo bem.
Para identificar se o processo de alfabetização está consolidado, vale observar alguns sinais, como: fluência na leitura, escrita coerente, compreensão textual, domínio da ortografia, clareza na expressão oral, uso adequado da gramática e, principalmente, interesse por atividades de leitura e escrita.
A leitura fluente envolve velocidade aliada à compreensão. Na escrita, espera-se coesão e clareza. Já na interpretação de textos, percebe-se se a criança compreende o conteúdo de forma crítica e autônoma. A ortografia correta, por sua vez, indica domínio das convenções da língua.
É preciso avaliar também se a criança consegue se comunicar de forma clara e articulada, com o uso adequado da gramática. Isso mostra que ela sabe aplicar corretamente as regras gramaticais na fala e na escrita. Além disso, alunos alfabetizados eficazmente geralmente têm interesse em ler e escrever, buscando constantemente ampliar seu vocabulário e conhecimento linguístico.
Podemos concluir que uma criança pode ser considerada alfabetizada quando demonstra habilidades para ler e escrever com compreensão, reconhecendo letras, sílabas e palavras de forma autônoma e fluente. Vale ressaltar que o processo de alfabetização é contínuo e deve ser acompanhado de perto pelos educadores e responsáveis para garantir um desenvolvimento adequado das habilidades linguísticas da criança.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, mestre e doutoranda em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie, palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem. Instituto NeuroSaber https://institutoneurosaber.com.br