A EMEI Cleide Rosa Auricchio, no Bairro Santo Antônio, viveu nas últimas semanas uma experiência única que encantou crianças, famílias e educadores – e que revela o propósito da escola-parque: aproximar as crianças da natureza para que aprendam com ela, em seu próprio ritmo, com encantamento e sentido, valorizando a observação e a curiosidade dos bebês e das crianças.
Tudo começou quando uma funcionária da unidade percebeu, no solário de uma das salas, um ninho de sabiás construído em uma mureta, ao lado do jardim. Ao chegar ao local, a diretora Aline Monge viu que três filhotes recém-nascidos se encolhiam no ninho, marcando o início de um processo que, durante 15 dias, envolveria toda a comunidade escolar.
A grande novidade é que, ao contrário dos ninhos que surgem rotineiramente nas partes altas das árvores da escola e na cobertura de madeira, ele estava a certo alcance, possibilitando o acompanhamento diário do desenvolvimento dos sabiás e permitindo que os pequenos do Grupo 3 acompanhassem, quase em primeira fila, todo o ciclo de crescimento dos pássaros. A diretora registrava todos os dias vídeos da evolução dos filhotes e mostrava às crianças, sempre sem manipular o ninho, combinando com todos a necessidade de respeitar a integridade da ave e o seu ambiente natural.
No primeiro dia de registro, havia três filhotes. Um deles acabou caindo do ninho e não resistiu, restando os dois sabiás que foram acompanhados até o dia em que criaram força, penas e coragem para alçar voo. Os vídeos gravados pela diretora e pela equipe foram compartilhados nos stories do perfil no Instagram da escola, encantando as famílias e despertando ainda mais o interesse nas crianças, que de forma autônoma e em consenso, os batizaram como Piu e Piu.
A vivência com os passarinhos foi curta, mas já motivou uma série de ideias para transformar esse período em conhecimento concreto para as crianças. A etapa inicial do processo de construção de ações pedagógicas aprofundadas será neste sábado (29/11), na Mostra Cultural da EMEI Cleide Auricchio, na qual famílias terão mais contato com a experiência vivida pelos pequenos.
A diretora Aline afirma que a experiência será transformada em projeto pedagógico institucional a partir do próximo ano. “Essa vivência traduz exatamente o que é ser uma escola-parque: permitir que as crianças convivam com a natureza e com os animais que nos visitam, transformando essas vivências em experiências de aprendizagens orientadas pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e pelo Currículo Municipal, através, por exemplo, do campo de experiência espaço, tempo, quantidades, relações e transformações, que pode se debruçar sobre as transformações da natureza, embasando, de forma concreta, as abstrações que serão necessárias no futuro, para o desenvolvimento de habilidades relacionadas às disciplinas previstas nas próximas etapas de ensino, como a Biologia”.
A educadora avisou que, em 2026, será estruturado um projeto para que todos possam aprender sobre os sabiás e sobre outras espécies que apareçam pela EMEF Cleide Auricchio. “Para fortalecer a educação ambiental, que é o lema da nossa escola.”
A escola também estuda transformar o sabiá em possível mascote pedagógico, como forma de aproximar ainda mais as crianças da fauna que compartilha o ambiente escolar.
A história dos sabiás na EMEI Cleide Auricchio reforça o compromisso da rede municipal de São Caetano do Sul com uma educação infantil que respeita o tempo das crianças, valoriza a interação com o ambiente e transforma acontecimentos reais em oportunidades de aprendizagem sensível, afetiva e significativa.
