Mauá

Equipe da UFABC apresenta propostas do Plano de Redução de Riscos em Mauá

Intervenções têm R\$ 159 milhões destinados pelo Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades

Na manhã desta segunda-feira (18/08), a equipe de pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) apresentou ao Comitê Gestor do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) de Mauá uma série de propostas que integrarão a atualização do plano. Trata-se da terceira etapa da elaboração de um relatório detalhado sobre áreas vulneráveis a eventos extremos, como desastres geológicos e hídricos, com destaque para o Jardim Zaíra, que concentra a maioria dos pontos críticos do município.

O Comitê Gestor é composto por representantes de moradores de áreas de risco, técnicos da Defesa Civil e integrantes de diversas secretarias municipais. A apresentação foi conduzida pelos pesquisadores da UFABC: o engenheiro ambiental prof. Fábio de Santis Campos, o engenheiro civil prof. Gabriel Alves da Silva Júnior, o engenheiro civil Dr. Francisco de Assis Comarú e o geógrafo Dr. Christian Ricardo Ribeiro.

“Nosso objetivo é alcançar a excelência na prevenção e proteção das pessoas. Avançamos na formação dos agentes e na estruturação da Defesa Civil de Mauá, mas conhecer detalhadamente o território é fundamental para potencializar as soluções das áreas de risco da cidade”, afirmou o secretário de Proteção e Defesa Civil, Sergio Moraes. Ele também destacou o trabalho conjunto dos bombeiros militares e civis, além das equipes do SAMU, Trânsito, Guarda Municipal, Polícia Militar e Serviços Urbanos. Moraes lembrou ainda que, graças ao empenho do prefeito Marcelo Oliveira, o efetivo da Defesa Civil passou de seis agentes em 2021 para 34 atualmente.

“Andamos muito, fizemos muita pesquisa de campo ao longo de 18 meses. A gestão de risco é um desafio de todo governo e da sociedade como um todo. Hoje temos 41 localidades mapeadas para medidas estruturais e oito para medidas não estruturais”, explicou Comarú.

O PMRR terá mais de 1.200 páginas, distribuídas em seis volumes, além de um caderno de mapas e arquivos georreferenciados. O documento será entregue no dia 13 de setembro, no Centro de Formação de Professores Dr. Miguel Arraes, a partir das 8h. Inicialmente, será encaminhado ao Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Periferias, que coordena o convênio com a UFABC e destinou R\$ 159.745.250,00 para obras e ações de prevenção e combate a desastres naturais.

Entre os setores beneficiados estão os de número 5, 6 e 7 do Jardim Zaíra, abrangendo ruas como Dra. Áurea Oliveira da Silva, Monte Sinay, Benedita dos Santos Silva, Roberto Stella, Pôr do Sol, Sílvio Namen, Ilha do Francês, Júlio Antônio Conde e Caminho do Sol. Aproximadamente 2.800 famílias serão impactadas diretamente. A Prefeitura deverá indicar áreas públicas para a produção de cerca de 340 unidades habitacionais, destinadas ao reassentamento das famílias que precisarão deixar áreas de risco.

Uma ação já implantada é o Posto Territorial Zaíra, criado como ponto de apoio para equipes técnicas que atuam em pesquisas, obras e atendimento social à comunidade. Trata-se de uma das primeiras medidas do Novo PAC – Periferia Viva Zaíra (2024), voltado à urbanização e regularização fundiária do Assentamento Precário Chafick-Macuco.

Nesta etapa do relatório, foram detalhadas as áreas suscetíveis a desastres geológicos e hídricos, como deslizamentos e enchentes, com previsão de medidas estruturais (muros de arrimo, pavimentação e contenção de encostas) e não estruturais (reativação do Conselho Municipal de Defesa Civil e de seu fundo, ações de comunicação e incentivo à participação popular). O pesquisador Gabriel Alves destacou que, em alguns casos, obras estruturais podem transformar áreas classificadas como Risco 4 – Muito Alto em locais seguros, se bem planejadas.

A apresentação final do PMRR marca o início de um trabalho de curto, médio e longo prazos. Algumas ações já foram antecipadas pela administração municipal, como a Operação Chuvas de Verão, a construção de muros de arrimo e contenções de encostas em diversos pontos.

“As pessoas têm direito de viver em uma cidade saudável. O mapeamento é um instrumento para planejar Mauá para os próximos anos”, afirmou Christian Ribeiro. Ele ressaltou que todo o processo considera a participação da comunidade e a atuação integrada de várias secretarias, como Proteção e Defesa Civil, Habitação, Assistência Social, Planejamento Urbano e Obras — com a perspectiva de incluir também Serviços Urbanos, Políticas para Mulheres, Mobilidade Urbana, Pessoa com Deficiência, Comunicação e Meio Ambiente.

Por fim, Ribeiro destacou a importância das ações educativas e preventivas, como os projetos Defesa Civil Mirim e Defesa Civil nas Escolas, que buscam formar crianças e jovens para reconhecer situações de risco e atuar na prevenção.

Artigos relacionados

GCM Mauá desmonta desmanche de motos e prende grupo por roubo e receptação no Jardim Zaira

Ação rápida da Guarda Civil recuperou veículo roubado horas antes e levou...

Patrulhamento da GCM Mauá resulta em prisão por tráfico no Jardim Itapark

Indivíduo portava quantidade significativa de drogas Durante patrulhamento pelo Jardim Itapark nesta...

Roleta de Degustação incentiva hábitos saudáveis entre alunos de Mauá

Aula divertida na escola Maria Wanny Soares Cruz contou com a participação...

Prefeito Marcelo Oliveira participa de encontro na Vila Independência após demanda apresentada no PPA

Encontro reuniu dezenas de moradores e debateu criação de área de lazer...