Iniciativa no auditório da Pinacoteca homenageia os 81 trabalhadores que atuam nos dois equipamentos da cidade, criados após fechamento do antigo Lixão do Alvarenga
A Prefeitura de São Bernardo promove nesta sexta-feira (16/5), das 18h às 20h, evento em comemoração aos 25 anos das cooperativas de reciclagem Cooperluz e Reluz, criadas a partir do encerramento das atividades do antigo Lixão do Alvarenga, na divisa do município com Diadema, em 2000. O encontro servirá também como forma de homenagear e valorizar os catadores formais de resíduos recicláveis que trabalham nos dois equipamentos. O evento será no auditório da Pinacoteca, localizada na Rua Kara, 105, no Jardim do Mar.
A implementação da coleta seletiva formal em São Bernardo está diretamente ligada ao encerramento das atividades do antigo Lixão, marco ambiental que permitiu a organização de dois grupos de catadores de materiais recicláveis que, mais tarde, se estruturaram como as cooperativas Cooperluz e Reluz. Hoje, os dois equipamentos são considerados pilares da gestão sustentável de resíduos no município, onde a coleta seletiva assume dupla relevância: ambiental, ao garantir a destinação adequada de resíduos recicláveis, e social, ao fomentar trabalho e renda para cooperativas locais.
A criação da Escola de Licenciamento Ambiental reflete a preocupação da gestão do prefeito Marcelo Lima em aliar o desenvolvimento urbano à preservação ambiental em São Bernardo, cidade que tem 55% de seu território inseridos em áreas de proteção e recuperação aos mananciais.
O modelo de gestão sustentável adotado pela Prefeitura envolve uma atuação integrada entre a Secretaria de Serviços Urbanos — responsável pela gestão operacional dos resíduos sólidos e contratos de limpeza pública — e a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal -,. encarregada das ações de educação ambiental. No evento desta sexta-feira será assinada a renovação do termo de colaboração com as cooperativas.
“Gostaria de destacar o quanto é inovador reconhecer os serviços ambientais prestados pelos cooperados por meio da coleta seletiva. Essa iniciativa demonstra nosso compromisso em transformar São Bernardo em exemplo de cidade que alia sustentabilidade e inclusão social. Não tenho dúvidas de que, ao valorizar e dar continuidade ao pagamento por serviços ambientais, estamos pavimentando o caminho para que o município se torne referência em política ambiental. É com ações concretas e inovadoras como esta que seguimos firmes na construção de uma agenda ambiental sólida e efetiva”, avaliou a secretária de Meio Ambiente, Ruth Cristina Ramos.
NÚMEROS – Estarão presentes no evento todos os catadores formais das duas cooperativas, que serão homenageados pelo trabalho que desenvolvem em São Bernardo. As duas cooperativas, Reluz e Cooperluz, apresentam um quadro atual de 81 catadores formais. Já o cadastro de catadores autônomos/informais demonstrou que em 2022 atuavam em São Bernardo 737 famílias coletoras de material reciclável, segundo dados do Ministério da Cidadania, Cadastro Único para programas sociais, de dezembro daquele ano, demonstrando o impacto social e financeiro das cooperativas no município.
Só no ano de 2024 foram encaminhadas 14.758,41 toneladas de resíduos secos às centrais de triagem, o que representa uma média de 4,91% de resíduos desviados do aterro e reforça a expectativa de atingir as metas nacionais apresentadas no Planares (2020) para a região Sudeste, sendo o mínimo de 6% , o equivalente a 15.643,91 toneladas, em 2027, e chegando a um aumento de 25,8% no ano de 2043, de acordo com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborado em 2023.
“Temos muito orgulho de a coleta seletiva já cobrir quase 100% da área urbana de São Bernardo, sendo uma das poucas cidades do País nesse patamar. Temos duas centrais de triagem que operam com cooperados, mas não chegaríamos onde estamos sem a participação e envolvimento de cada um no processo. Reconhecemos que ninguém faz nada sozinho e a concretização da política ambiental é algo construído a várias mãos: sociedade, poder público e organizações do terceiro setor”, comentou Thami Izumi da Cruz, engenheira ambiental urbana e diretora de Licenciamento e Avaliação Ambiental do município.