O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP) solicitou ao governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) que o inquérito policial 2073748-40/2025, que apura o assassinato de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, seja transferido ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo-SP. O parlamentar também pediu formalmente ao Estado a reabertura do caso, de forma imediata, com direito à colaboração da Polícia Federal (PF). Para tanto, foram oficiados pelo parlamentar, além de Tarcísio, o Ministério da Justiça e Segurança Pública; a Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo; a Delegacia-Geral da Polícia Civil bandeirante; e a Diretoria do DHPP.
Segundo Rafa, a Delegacia de Polícia (DP) de Cajamar-SP concluiu o inquérito sem dar transparência e atenção às imputações de que o único suspeito de matar a jovem teria sido coagido a confessar o crime. O acusado está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos-SP, há seis meses.
Em ofício encaminhado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o deputado do Cidadania requer que o caso seja incluído em programas federais de investigação de crimes contra mulheres e adolescentes.
Já à Tarcísio, Rafa alerta que seu Gabinete, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), recebeu um sem-número de denúncias dando conta que o inquérito 2073748-40/2025 tem inconsistências, inclusive na conclusão, por força de depoimentos contraditórios e versões que descaracterizam os fatos.
Desaparecida desde 26/2, após deixar o trabalho, num shopping de Cajamar, Vitória foi encontrada morta, em 5/3, numa área de mata da cidade. Sem roupas, o corpo estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de extrema violência. A jovem também estava com a cabeça raspada. A perícia confirmou que a causa do óbito foi hemorragia causada por golpes de faca no tórax, no pescoço e no rosto.
No entanto, recentemente, veio à tona uma carta escrita de próprio punho pelo suspeito, na qual ele declara que “se tem alguém acobertando o crime contra Vitória, este alguém é a Polícia”, e que foi coagido a assumir o assassinato da adolescente sozinho.
No entendimento de Rafa, face às contradições e diferentes versões apresentadas, é fundamental que a investigação da execução da jovem seja reaberta no DHPP, com respaldo da PF.
O pedido de retomada e de transferência do caso de Cajamar para São Paulo foi encaminhado pelo deputado a Tarcísio e a Lewandowski; ao secretário de Estado de Segurança Pública, Capitão Guilherme Derrite (PP); ao delegado-geral da Polícia Civil paulista, Artur José Dian; e à diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo:
“O motivo deste crime bárbaro pode ter diferentes motivações e está permeado de divergências. Não está claro se o corpo de Vitória foi mesmo enterrado, se ela ficou em cárcere antes do assassinato. Outro ponto confuso no processo é a presença de uma advogada da Prefeitura de Cajamar e do secretário de Segurança Pública da cidade durante depoimentos sobre o caso na Delegacia de Polícia. O que a Prefeitura tem a ver com isso?”, provoca Rafa.