Índice positivo foi constatado em atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos; última revisão foi em 2020
A Secretaria de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas de Santo André, por meio da Defesa Civil, apresentou nesta quarta-feira (10) o novo Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). O estudo traz um marco importante: a cidade diminuiu em 76% o número de habitações localizadas em áreas de risco alto e muito alto (R3 e R4, respectivamente) para deslizamentos, enxurradas e solapamento de margem.
A queda demonstra que as ações estruturais e não estruturais – como educação comunitária, limpeza, monitoramento e reassentamento – estão surtindo efeito. O último mapeamento, de 2020, apontava que 15.900 moradias se encontravam nas áreas R3 e R4. Os dados de 2025 indicam a permanência de 3.803 edificações.
“O Plano Municipal de Redução de Riscos é um marco para Santo André, pois temos um diagnóstico completo das áreas mais vulneráveis e um planejamento estruturado para enfrentar o problema. Isso significa salvar vidas, proteger famílias e dar mais segurança para quem vive em regiões de risco. Estamos falando de obras de drenagem, contenção de encostas, estabilização de margens de córregos e, ao mesmo tempo, de ações de prevenção e conscientização. Nosso compromisso é transformar a realidade dessas comunidades e governar sempre com responsabilidade, cuidado com as pessoas e olhar para o futuro”, explica o prefeito Gilvan Ferreira.
O estudo, conduzido por técnicos andreenses e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), é uma ferramenta essencial para a gestão de riscos ambientais e para o planejamento urbano.
O PMRR tem como objetivo principal identificar e classificar áreas sujeitas a deslizamentos, solapamentos de margens e enxurradas, orientando ações estruturais e não estruturais para a prevenção de desastres. Os cinco bairros com mais imóveis em áreas de risco geotécnico e geológico alto e muito alto são o Jardim Santo André, Cata Preta, Parque Miami, Jardim Irene e Vista Alegre (Morro da Kibon).
O secretário de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Edinilson Ferreira dos Santos, afirma que esse plano contribui para que a gestão pública possa olhar de forma diferente para cada território e promover transformações significativa no cotidiano das pessoas.
“É um importante instrumento de gestão e nós temos que debruçar sobre ele para criar políticas públicas em diversas áreas, tornando esses locais mais resilientes e evitando fatalidades”, explica. “O Plano Municipal de Redução de Riscos direciona os investimentos e os esforços conjuntos para diminuirmos ainda mais a vulnerabilidade social”, complementa.
O relatório atual agrega informações sobre as áreas de risco muito baixo, baixo e médio que, de acordo com os parâmetros atuais, foram atualizadas para a designação de “Setor de Monitoramento”. Nesses locais, há atualmente 18.030 edificações, uma queda de 78% em relação ao estudo anterior. Os bairros com presença de moradias nessas condições são Parque Miami, Recreio da Borda do Campo, Jardim Irene, Cata Preta, Sítio dos Vianas, Jardim Santo André, Condomínio Maracanã, Vila Suíça, Jardim Carla, Jardim Alzira Franco, Jardim Cristiane, Chácara Carreira e Paranapiacaba.
A apresentação do novo PMRR contou com a participação de técnicos do IPT, da Defesa Civil, do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e das secretarias de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Manutenção e Serviços Urbanos, Mobilidade Urbana, Assistência Social e Infraestrutura e Obras e da Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense, além de lideranças comunitárias.
A diretora de Proteção e Defesa Civil de Santo André, Priscila de Oliveira, destaca que os dados trazem um novo desafio para a municipalidade, o de intensificar os esforços para que seja possível eliminar completamente as moradias em áreas de risco geológico e geotécnico, especialmente as que estão em risco alto e muito alto. “O mapeamento orienta as equipes municipais no preparo para a prevenção de desastres, promoção de programas de urbanização e produção habitacional e ainda nos subsidia com informações sólidas para o planejamento de obras estruturais com estimativas de custos e fontes de financiamento”, explica.
O PMRR também fortalece a atuação da Defesa Civil por meio da promoção do envolvimento comunitário, valorizando a participação dos moradores na identificação de riscos, o que incentiva a criação dos Núcleos de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs) nas áreas mais críticas, ampliando o nível geral de informação e prevenção.
O plano traz o levantamento de 28 áreas de risco em toda a cidade e foi atualizado com base em diagnósticos técnicos rigorosos e alinhamento com diretrizes nacionais e internacionais, como o Marco de Sendai e a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. A íntegra do levantamento está disponível no site da Defesa Civil https://portais.santoandre.sp.gov.br/defesacivil/.