SAD dá treinamento aos cuidadores que passam a lidar com familiares em situações de restrição de locomoção ou restrito ao lar por questões de saúde; atendimento inclui visitas de equipe de multidisciplinar
A rotina do morador do bairro Alves Dias, em São Bernardo, Magno Nunes de Paiva, de 78 anos, mudou drasticamente após a esposa, Darcy Pires de Paiva, 83, sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), em outubro de 2020. Após longos dias de internação, ela teve alta e passou a ser cuidada pela família, que recebeu toda orientação, treinamento e até hoje conta com o apoio do SAD (Serviço de Atenção Domiciliar) da Secretaria de Saúde.
A equipe, formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, assistente social e psicóloga realiza visitas periódicas à dona Darcy. “Não tenho nem como falar sobre todo o apoio que o SAD dá. Meu vocabulário é muito pequenininho para poder agradecer. Quem necessita neste período, é de cair de mão para cima, agradecer a Deus, porque sem eles nós não somos ninguém”, afirmou o senhor Magno, emocionado. “Eu aprovo e quem vem visitar ela sempre se impressiona. É um atendimento ‘hour concour’”, completou.
O SAD é um serviço complementar, principalmente aos hospitais e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que pode ser solicitado pelo médico ainda quando o paciente está internado. “O médico percebe que vai haver a necessidade desse cuidado, que vai ter que ser mais intensivo, e a família, no geral, é leiga para cuidar, precisa de uma orientação, ele então aciona o SAD, a gente faz a avaliação dentro do hospital e, se o paciente for elegível, todo trabalho em parceria com esta unidade já começa dentro deste ambiente”, detalhou a médica do SAD Camilla Ginack. “Organizamos a programação da alta, para que o paciente possa ser acompanhado e tratado no conforto da sua casa, assim como ocorreu com a esposa do senhor Magno”, emendou.
CUIDADO – O serviço oferece todo treinamento para os cuidadores, familiares/responsáveis e instrui sobre a administração de remédios, cuidado com dispositivos, como sonda para alimentação, sonda para eliminações vesicais e fecais, cuidados com ostomias, traqueostomias, gastrostomias, medidas preventivas de lesão de pele, prevenção de quedas, benefícios sociais, entre outros cuidados e procedimentos.
A médica do SAD esclareceu que o serviço não deve ser confundido com atendimento de home care, pois o SAD promove visitas periódicas e o familiar é parte integrante do cuidado. “É um serviço que visa, principalmente, capacitar os familiares ao cuidado em situações que o paciente tenha ou esteja passando por uma internação prolongada; tenha ficado instável com frequência, precisando acessar várias vezes as UPAs”, citou Camila. “Podemos, em sua maioria, mantê-lo em casa e com as orientações da equipe conseguirmos tratá-lo em seu ambiente, próximo da família e da sua rotina diária”, complementou.
O acesso ao SAD precisa atender critérios clínicos e sociais, que são detalhados no momento da avaliação da equipe. Para ser paciente do SAD é necessário, além dos critérios, ser munícipe de São Bernardo e ter um responsável e cuidador, podendo ser um integrante da família, filha ou filho, esposo ou esposa, um vizinho ou cuidador particular. “O SAD vai fornecer toda atenção, orientação e auxiliar no que for possível”, adicionou a médica.
O pedido de avaliação ao SAD também pode ser feito pela UBS (Unidade Básica de Saúde) de referência. Atualmente, o Serviço de Atenção Domiciliar da Secretaria de Saúde de São Bernardo acompanha 399 moradores da cidade.
